A cabana de pedra

Um blog de Jorge Melo Cabral


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A poesia que existe na pintura

Por entre as muitas paredes
em que me gasto a pronunciar o teu nome
há uma em que eu não me chamo,
mas longamente me demoro.

Talvez eu exista no lado errado da mesa,
como um copo cheio
em lugar de ninguém.
E talvez por mim nunca ninguém chegue a beber
do álcool das palavras sóbrias.
Talvez as minhas horas
sejam pilhas de cigarros deixados pela metade,
como corpos que hesitam entre a terra e a cinza.
E talvez nunca ninguém se aperceba
da beleza que existe em embrulhar estrelas
em rascunhos de versos.

Talvez a minha vida seja o tributo a uma solidão
que não é sequer minha.
Porque há uma solidão imanente a todas as coisas
que coisa alguma sente.
Para isso existo eu e as muitas paredes
em que me gasto a pronunciar o meu nome.

- Jorge Melícias -

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Negrume



Dias há em que o sol não nasce
Ou talvez nasça do outro lado do mundo,
Do outro lado de mim

Dias há que em mim são noite
Ou talvez o escuro exista em mim
Como uma gruta cavada
Que rasga esse mundo que eu sou
E esconde o sol do outro lado

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Alentejo



Trazes no bico das aves o pranto
Nas garras o vento seco das ceifeiras
O sangue negro,
Que me escorre nas veias
Tinge as areias brancas
Mata a vida que há em mim
Calados de madeira podre rasgam-me a carne
Mostram outros rostos
Outros amores
Dedos de sol
Lágrimas de sal
Tambores de fogo
Beijos de paixão

Todos me deixam a sua dor

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Red Bull Air Race - Porto 2008

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